Cidades
Rio Claro tem maior proporção de católicos na região; Paty do Alferes, de evangélicos
06/06/2025 19:14:56Com cerca de 17,4 mil habitantes, a cidade de Rio Claro é a que tem o maior percentual de católicos na região Sul Fluminense/Costa Verde. São 62,8% os que se declararam Católicos Apostólicos Romanos, segundo dados do Censo 2022 divulgado nesta sexta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em segundo, aparece Valença – cidade com população em torno de cerca de 68 mil pessoas – onde 51,1% se declararam católicos.
O levantamento mostra que o percentual de evangélicos segue em crescimento no país e, na região, em duas pequenas cidades os que se declararam adeptos desta corrente religiosa superou o de católicos: em Paty do Alferes, com 29,6 mil moradores, o percentual apurado foi de 48%, enquanto em Engenheiro Paulo de Frontin, com população de 12,2 mil habitantes, o índice ficou em 39,9, superando os que se declararam católicos – 28,6% e 36,8%, respectivamente.
Barra Mansa (27%), Quatis (21,1%) e Paulo de Frontin (20,8%) foram as que tiveram o maior índice de pessoas que declararam não ter religião (veja os dados no quadro abaixo).
No estado – O Rio de Janeiro é o estado do país com o maior número de pessoas que se declaram sem religião: mais de 16% no todo. Ao mesmo tempo, apesar de ainda ser predominantemente católica, com 38,9% da população autodeclarada, é a segunda entre as 27 unidades federativas com o menor número de seguidores do catolicismo. Os evangélicos, por outro lado, têm crescido — passando de 28,3% para 32% nos últimos 12 anos.
País – Em termos nacionais, o levantamento mostra que 26,9% dos brasileiros, ou seja, mais de um quarto da população, se identificavam como seguidores dessa denominação religiosa em 2022. O Censo incluiu no levantamento apenas pessoas com 10 anos ou mais de idade. “Os evangélicos estão se impondo mais na sociedade, colocando mais seus valores, suas ideias, sua fé”, afirma a pesquisadora da IBGE Maria Goreth Santos.
Apesar disso, o instituto mostrou que o ritmo de crescimento dessa religião caiu. De 2000 para 2010, por exemplo, a alta havia sido de 6,5 pontos percentuais (de 15,1% para 21,6%). De 1991 para 2000, o avanço tinha sido de 6,1 pontos percentuais (de 9% para 15,1%).
Os sem religião, que incluem qualquer pessoa que não se identifica com nenhuma denominação e aquelas que não têm qualquer fé (ateus e agnósticos), também cresceram, de 7,9%, em 2010, para 9,3%, em 2022.
“Se a pessoa se declara sem religião, a gente registra que é sem religião, mas não tem uma pergunta que busque especificar por que motivo a pessoa se declarou sem religião”, afirma o também pesquisador do IBGE Bruno Perez.
Outro fenômeno percebido pela pesquisa foi o crescimento das religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, que passaram de 0,3% em 2010 para 1% em 2022. “Um movimento tem sido feito nos últimos contra a intolerância religiosa. E essas pessoas estão se colocando como umbandistas, candomblecistas, estão se voltando para essa religiosidade. A gente pode ter também uma migração das pessoas [que já seguiam essas religiões, mas] que se declaravam como espíritas ou como católicas, em função do medo ou da vergonha de se declararem como umbandistas ou candomblecistas”, destaca Maria Goreth.
Por outro lado, os católicos apostólicos romanos recuaram no país, de 65%, em 2010, para 56,7%, em 2022. A queda da participação dos católicos no total da população do Brasil vem sendo registrada em toda a série histórica do levantamento, iniciada em 1972. Para consultar o levantamento, clique neste link.(Foto: Divulgação)