Educação
Professora de escola estadual em VR é acusada por alunos de racismo e apologia ao nazismo
19/03/2025 16:11:39A Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, a direção do Instituto de Educação Professor Manoel Marinho e a Polícia Civil estão apurando uma denúncia de racismo e apologia ao nazismo que teria sido praticado por uma professora em sala de aula da escola, localizada na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda, no último dia 12. A docente também está sendo acusada pelos alunos de negar ter havido uma pandemia de Covid-19, que teria classificado como farsa.
Uma das estudantes, de 18 anos, registou um boletim de ocorrência no dia seguinte na delegacia de polícia. Em suas redes sociais, o Sepe-VR (Sindicato dos Profissionais de Educação de Volta Redonda), em nota conjunta assinada com outras entidades, como o Conselho Municipal de Igualdade Racial e Movimento Negro Unificado do Sul Fluminense, repudiou as falas, informando que levará o caso ao Ministério Público.
Segundo foi apurado pela direção do instituto – um dos colégios da rede estadual mais tradicionais de Volta Redonda – junto aos alunos, as falas teriam começado a partir de uma questão sobre números romanos. A partir daí, a docente passou a fazer apologia do monarquismo e nazismo, defendeu que a escravidão não existiu, que os negros se voluntariavam pelo trabalho escravo e que, “segundo a Bíblia, a escravidão deveria existir até hoje”.
A pandemia, ainda segundo o que foi apurado pela direção, teria sido classificada de “farsa” e que a vacina “é uma mentira”. Ela ainda teria dito que “[Adolf] Hitler não soube executar, mas suas ideias eram boas”.
“Entraremos com uma denúncia no Ministério Público e nos posicionamos lado a lado com os estudantes no combate ao racismo. Exaltamos esses estudantes, que foram capazes de, apesar das dores e ofensas, se erguerem contra a injustiça e acionarem a direção da escola, a qual os acolheu e em quem confiamos que vai lidar com a situação de forma ética e responsável. Esses estudantes sabem que racismo é uma realidade e não existe vitimização”, reagiu o Sepe-VR.
Segundo o jornal Diário do Vale, a Secretaria estadual de Educação informou que a professora foi afastada das atividades com a turma e que uma sindicância está sendo aberta para apurar as informações. Ressaltou ainda que uma equipe de diversidade racial foi enviada à escola.
O FOCO REGIONAL teve acesso à identidade da docente, mas não conseguiu, até o momento desta publicação, informações sobre formas de contato com ela. Embora não esteja identificada no texto, o espaço está aberto caso ela queira se manifestar a respeito.