Policiais civis do Rio de Janeiro estão realizando nesta quarta-feira (12) uma manifestação no Centro do Rio de Janeiro. Eles reclamam do valor do vale-alimentação (R$ 12 por dia), das condições de trabalho e da falta de diálogo do governador Cláudio Castro. De acordo com o sindicato da categoria, todas as tentativas de mediação com o governo estadual não avançaram.

Apontam os policiais que Castro prometeu reajustar o valor do auxílio-alimentação, assim como recompor os salários pagos à categoria, o que não aconteceu.

A insatisfação foi discutida em uma Assembleia Geral Extraordinária do Sindpol-RJ realizada na semana passada. Durante a reunião, o sindicato denunciou o não cumprimento de decisões judiciais que versam sobre reajustes de auxílios e promoções.

Além disso, os policiais reivindicam a reposição das perdas inflacionárias, melhorias nas condições de trabalho, a regulamentação da Lei Orgânica da Polícia Civil e a correção das defasagens salariais.

Denominado de “AlmoçATO”, o protesto teve a distribuição de coxinhas e refresco, numa forma de criticar o valor que os agentes recebem para alimentação. “Quem recebe 12 reais para se alimentar não tem condições de proteger a população”, criticou o sindicato em sua página numa rede social.

Também nesta quarta-feira, a instituição divulgou uma carta aberta com críticas ao tratamento que os policiais civis do Rio de Janeiro recebem do governo do estado. Veja a íntegra:

“Senhor governador, os policiais civis do Estado do Rio de Janeiro apesar de terem, em inúmeras ocasiões, solicitado que o senhor abrisse um canal de comunicação com a nossa categoria, sempre foram ignorados e nunca obtiveram uma resposta às nossas demandas e, sequer, à possibilidade de diálogo.

A despeito disso, os policiais civis seguiram realizando, com eficiência, o seu trabalho o que, inclusive, faz com que nas suas entrevistas e falas públicas o senhor exalte os resultados de nossas ações.

Essas suas declarações, de certa forma, impactam a opinião da sociedade, até mesmo quando o senhor convida a sociedade para visitar a Polícia Civil e ver as centenas de fuzis apreendidos nas nossas operações.

Entretanto, como o senhor não diz publicamente, a sociedade desconhece que nós, os policiais civis, absolutamente insatisfeitos, dentre várias demandas não atendidas, clamamos por melhores condições de trabalho, pelo envio da nossa Lei Orgânica para regulamentação na Alerj, clamamos por delegacias limpas e seguras para o trabalho, pela recomposição do nosso salário, que hoje já beira os 30% de perda do valor de compra e que o senhor afirmou que faria e não fez.

Governador, os policiais civis seguem humilhados por um auxílio alimentação de R$ 12,00 por dia que, mais uma vez, o senhor afirmou que reajustaria e, mais uma vez, não cumpriu a sua palavra.

Durante os seus mandatos permanecemos trabalhando, buscamos o diálogo e fomos ignorados, agora vamos às ruas para explicar, à sociedade que votará nas próximas eleições, como o senhor cuida de quem cuida da segurança deles.

Continuamos abertos ao diálogo e esperamos que ele venha antes de que os policiais civis do estado, cansados, ignorados e desrespeitados, resolvam cruzar os braços.

Agora estaremos nas ruas, em breve poderemos estar de braços cruzados em nossas unidades.

Queremos o diálogo!

Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro – SINDPOL-RJ”