Polícia
PM que matou namorada em Valença é condenado a 30 anos de prisão
13/03/2025 15:23:54O policial militar Janitom Celso Rosa Amorim, de 43 anos, que no final de 2020 matou com um tiro a namorada Mayara Pereira de Oliveira Fernandes, de 31 anos, depois de mantê-la refém dentro de um carro no estacionamento da UNIFAA (Centro Universitário de Valença), foi condenado, no final da noite da quarta-feira (12) a 30 anos de prisão. O julgamento foi realizado no III Tribunal do Juri da capital e, por coincidência, ocorreu no mesmo dia em que Mayara nasceu.
O julgamento foi realizado no Rio devido à comoção que o crime provocou em Valença. Celsinho está preso desde o dia do crime. A defesa pode recorrer, mas ele permanecerá na prisão enquanto o recurso não for julgado.
A defesa do PM sustentou a tese de que ele agiu sob forte emoção, motivado por ciúmes, pois não queria perder a namorada.Os sete jurados votaram pela condenação.
A pedido do Ministério Público, a Justiça também determinou a perda do cargo do condenado na corporação. Na época do crime, Janitom era lotado no 37º BPM, em Resende, e atuava em Itatiaia, no Sul Fluminense.
O feminicídio chocou a cidade e teve repercussão nacional. Mayara era dentista e frequentava um curso de pós-graduação no centro universitário. O episódio levou a uma manifestação em Valença, dias depois, que reuniu cerca de 300 pessoas em protesto pela violência contra mulheres.
Relembre o caso – Na manhã de 27 de novembro de 2020, por volta das 9h, Celsinho – como o PM é conhecido – estava dentro de seu carro discutindo com Mayara. Seguranças do centro universitário, ao se aproximarem do veículo, perceberam que o homem estava armado.
A Polícia Militar foi chamada. A Civil chegou logo depois. A área foi isolada. Os funcionários e alunos foram orientados a não deixarem os locais onde se encontravam para não ampliar o grau de tensão no estacionamento.
Uma equipe do Bope (Batalhão de Operações Especiais) se deslocou do Rio para Valença, mas não chegou a participar da tentativa de negociação, que durou duas horas e meia, até Mayara ser baleada na boca.
Só então Celsinho se entregou e foi algemado. Na ocasião, ele era lotado no 37º BPM (Batalhão de Polícia Militar), sediado em Resende, e atuava em Itatiaia.
A dentista, que morava em Volta Redonda, foi levada às pressas para o hospital, mas não resistiu a quatro paradas cardíacas. Ela deixou um filho, então com 6 anos de idade, fruto de seu casamento que, segundo amigos, havia acabado quatro meses antes. O menino vive atualmente com o pai. Os amigos também disseram, na ocasião, que ela havia decidido por fim ao namoro com o PM, que não aceitou.
O advogado Fernando Velloso, que atuou como assistente da acusação, disse que foi feita justiça. "Mayara deixou um filho de 6 anos naquela ocasião. O crime causou consternação na sociedade, mas principalmente na família. Era uma menina que fazia sua segunda especialização em odontologia, que não pôde realizar o seu sonho", disse Velloso, lembrando que a vítima havia acabado de abrir seu consultório quando foi assassinada. (Fotos: Arquivo)