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Estado

Operação no RJ mira adulteração de máquinas de bichinhos de pelúcia

Segundo a polícia, sistema eletrônico pode ser programado

28/08/2024 12:00:37

A Polícia Civil do Rio realizou na manhã desta quarta-feira  a Operação Mãos Leves 2, com a finalidade de cumprir 19 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a empresas que, segundo investigações da Delegacia de Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRPPIM), praticam crimes por meio de máquinas de bichos de pelúcia instaladas em shoppings. A participação de organizações criminosas como milícias e jogo do bicho nas fraudes está sendo investigada.

Segundo exames realizados por peritos do Instituto Criminalista Carlos Éboli (ICCE) em máquinas apreendidas na primeira fase da operação, realizada em maio deste ano, o sistema eletrônico dos equipamentos pode ser programado para que o jogador tenha sucesso na captura do bicho de pelúcia somente após um determinado número de jogadas, mediante a liberação de uma corrente elétrica. Se o número programado não for atingido, a corrente elétrica enviada gera uma potência na grua insuficiente para a captura do brinquedo.

"A investigação começou, em maio deste ano, quando a gente recebeu notícias de que essas máquinas estavam oferecendo bichos de pelúcia falsificados. Efetuamos uma apreensão nessa época e efetuamos também a apreensão da máquina. Depois de feita uma perícia, a gente percebeu que o dispositivo dispõe de um contador de jogadas. Só a partir de determinado número de jogadas é que é liberada uma corrente elétrica que gera uma pressão suficiente para que a garra consiga capturar uma pelúcia. Antes disso, a corrente elétrica é mais baixa. (...) O sucesso do jogador está muito mais ligado à sorte de jogar naquele momento em que o contador permite a captura do que à sua habilidade", disse o delegado Pedro Brasil, titular da DRCPIM, ao Bom Dia Rio, da TV Globo.

Com o laudo, a Polícia Civil constatou que as máquinas são parte de um processo fraudulento para lesar os consumidores. Os investigadores apuraram também que um dos alvos da operação já foi investigado por ligação com máquinas caça-níqueis, levantando a suspeita da participação do jogo do bicho na atividade.

"Isso fez acender uma luz que nos fez desconfiar de que organizações criminosas como contravenção de jogo do bicho ou até milícias possam estar por traz disso", afirmou o delegado.

Segundo ele, duas empresas são alvo da investigação. Elas dominam o mercado das máquinas de pelúcia no Rio de Janeiro: "Até o momento, em todas as máquinas foi encontrado esse dispositivo de sistema de controle de corrente elétrica para regular a pressão na grua. As máquinas que estão vinculadas a essa investigação têm esse dispositivo".

Os agentes da DRCPIM, com o apoio da Polícia Civil de Santa Catarina, estiverem em endereços no Rio, na Baixada Fluminense e no estado catarinense. Os alvos são investigados por crimes contra a economia popular, contra o consumidor, contra a propriedade imaterial, associação criminosa e contravenção de jogo de azar.

Os policiais visam a apreender, além das máquinas e de pelúcias falsificadas, celulares, computadores, notebooks, tablets e documentos, que serão examinados. As investigações continuarão para apurar possível prática de lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros que possam estar acontecendo. A reportagem é do jornal Extra. (Foto: Divulgação / Polícia Civil)

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