Internacional
Jogadores de rugby que mataram jovem a pontapés na Argentina pegam prisão perpétua
Crime ocorreu em janeiro de 2020
06/02/2023 20:34:24Os pais de Fernando, estudante de Direito, an tes da sentença: clamor por justiça
A Justiça da Argentina condenou à prisão perpétua quatro jovens jogadores de rugby que, em janeiro de 2020, mataram a pontapés um estudante de Direito no balneário de Villa Gesell – cidade localizada a 300km de Buenos Aires. Outros três jovens com envolvimento secundário no assassinato pegaram 15 anos de prisão. Ao saber da sentença, um dos condenados à prisão perpétua desmaiou.
A vítima era um estudante da Universidade de Buenos Aires Fernando Báez Sosa, de 18 anos, filho de imigrantes paraguaios – um pedreiro e uma cuidadora de idosos. As imagens do crime chocaram o país, bem como os detalhes que foram descobertos depois.
Fernando estava de férias em Villa Gesell, se desentendeu com os jogadores de rugby dentro de um clube noturno. Os seguranças do local expulsaram todos.
Minutos depois, o jovem caminhava com amigos quando golpeado pelas costas por dois dos agressores. Em seguida os demais se somaram ao espancamento e impediram amigos de socorrê-lo. Fernando teve a cabeça chutada várias vezes mesmo após cair inconsciente.
O caso teve ainda conotações racistas e xenófobas, por ser a vítima filho de paraguaios. Durante o julgamento, uma das testemunhas contou que os agressores gritavam “negro de merda” enquanto espancavam o jovem.
À prisão perpétua foram condenados Ciro Pertossi, Enzo Comelli, Matías Benicelli e Luciano Pertossi. A pena de 15 anos de prisão foi estabelecida para Ayrton Viollaz, Blas Cinalli e Lucas Pertossi.
O advogado dos réus, Hugo Tomei, disse que nunca seria possível saber quem matou o jovem. Nos depoimentos, os acusados, por vezes aos prantos, deram declarações como "peço perdão", "peço desculpas", "não houve intenção de matar", "não houve um plano (de assassinar)" e "estou arrependido". Os condenados são todos da pequena cidade de Zárate, perto de Buenos Aires. Eles já estavam presos desde 2020, pouco depois do crime. Eles foram identificados por imagens de câmeras de segurança. O crime chocou o país pela brutalidade. (Imagem: Reprodução)