Estado
Encontrado corpo de perito morto por militares da Marinha
Os 4 acusados do crime estão presos
16/05/2022 12:33:14Foi encontrado na manhã desta segunda-feira (16), no Rio Guandu, em Japeri, na Baixada Fluminense, o corpo do papiloscopista Renato Couto, de 41 anos, da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele foi morto por militares da Marinha e o pai de um deles, na sexta-feira (13), também na Baixada Fluminense. Um cabo, dois sargentos e o pai de um deles foram presos pelo crime. Eles vão passar audiência de custódia na terça-feira (17).
“As investigações apontam que o perito vinha sendo vítima de diversos furtos na obra que fazia da sua casa própria. Usuários de drogas entraram no imóvel e levaram tudo que tinha. O policial foi registrando as ocorrências, nós temos conhecimento que isso o estava deixando atordoado”, disse o delegado Antenor Lopes, responsável pelo caso.
O sargento da Marinha Bruno Santos de Lima é tratado nas investigações como o chefe da empreitada criminosa. Ele disse em depoimento que não sabia se Renato estava vivo quando foi jogado no Rio Guandu. Após o crime, os participantes tentaram apagar os vestígios do homicídio, lavando três vezes uma van da Marinha do Brasil, usada para levar Renato até o local da desova.
A polícia afirma que o papiloscopista, que servia ao Instituto de Identificação Félix Pacheco, foi morto após uma discussão em um ferro-velho na Zona Norte do Rio. Renato era esperado para um plantão no sábado (14), mas não apareceu. Equipes da Delegacia de Homicídios, da 18ª DP (Praça da Bandeira) e do Félix Pacheco rastrearam o celular de Renato e descobriram, então, que o perito teve uma briga com Lourival Ferreira de Lima, dono de um ferro-velho na Mangueira.
O papiloscopista fazia uma obra na Praça da Bandeira e, segundo as investigações, foi vítima de uma sequência de furtos, todos registrados em delegacia. Na sexta de manhã, Renato acabou achando materiais dele no ferro-velho de Lourival e chegou a obter dele uma promessa de ressarcimento pela receptação das peças levadas.
Segundo a polícia, ao retornar ao ferro-velho, à tarde, Renato foi vítima de uma emboscada armada por Lourival, que chamou o filho, Bruno Santos de Lima, sargento da Marinha, e dois colegas de farda: o cabo Daris Fidelis Motta e o terceiro-sargento Manoel Vitor Silva Soares.
Os quatro tentaram colocar Renato à força numa van da Marinha. O perito resistiu e entrou em luta corporal, mas acabou baleado por Bruno. Não se sabe se Renato ainda estava vivo quando o grupo o pôs na van nem na hora em que os criminosos o jogaram de uma ponte do Arco Metropolitano sobre o Rio Guandu. (Fotoi: Reprodução / Arquivo pessoal)