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por: Fernando Pedrosa
PSOL representa contra Samuca
02/10/2020 14:59
A primavera começou quente e a temperatura já começou a subir também na campanha eleitoral em Volta Redonda. Além de o Ministério Público Eleitoral e o Partido dos Trabalhadores terem pedido a impugnação da candidatura do ex-prefeito Antônio Francisco Neto (DEM), por contas reprovadas, o PSOL entrou com representação na 131ª Zona Eleitoral contra o prefeito Samuca Silva (PSC), candidato à reeleição. Alega um suposto caso de propaganda irregular e abuso de poder político.
‘Irregular’
O motivo apontado pelo PSOL é o fato de o prefeito estar se fazendo passar por motorista de um aplicativo, segundo sua assessoria, como uma forma de saber “os anseios da população”. A representação foi feita depois que a iniciativa de Samuca foi divulgada pelo site Tribuna Sul Fluminense.
Segundo os advogados do PSOL, pelo que esta coluna apurou, o prefeito estaria infringindo o artigo 37 da Lei nº 9.504/97, que proíbe propaganda política em bens de uso comum (como postes, passarelas e transporte público), embora a legislação não trate de carros a serviços de aplicativos, até porque, quando foi sancionada a lei, o serviço inexistia.
‘Abuso de poder’
Também pelo que apurou a coluna, na representação o PSOL enxerga que o prefeito comete abuso de poder político ao recorrer à iniciativa, influenciando na escolha do cidadão, no horário em que deveria estar trabalhando, configurando, portanto, um desvio de finalidade do cargo.
Pedidos
O PSOL, na representação pede que o prefeito seja impedido de continuar a iniciativa e aponta que, caso ele seja condenado por abuso de poder político, vai requerer a impugnação de sua candidatura.
Outro lado
Procurado, o prefeito Samuca disse ainda não ter recebido a comunicação oficial sobre o processo impetrado pelo PSOL. “Entretanto, estranhamos o motivo do partido socialista buscar cercear a possibilidade de uma agente político conversar com a população. Estamos cadastrados na plataforma Uber e na Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana e a minha CNH tem a anotação para exercer atividade remunerada, com todos os procedimentos efetuados junto a empresa”, disse ele.
Que acrescentou: “A CNH distribuída por grupos de Whats App com meus dados foi uma versão antiga, enviada à alguém pelo meu celular, feita por alguém que teve acesso ao documento para fins profissionais e agora cabe a polícia investigar. Vou continuar fazendo as corridas no horário de almoço e no período noturno, ou seja, fora do horário de expediente, buscando dialogar sempre com a população e entender ainda mais as demandas de Volta Redonda”.
Por fim, ele definiu: “Está sendo uma experiência incrível! Peço aos candidatos se preocuparem em discutir a cidade e encontrarem forma segura de ouvir a população em momento de pandemia”.
C’est fini
Provavelmente, poucos em Volta Redonda sabem quem é José Martins de Assis. Mas, se falarmos do vereador Tigrão, muda tudo. Dono de cinco mandatos – foi eleito pela primeira vez em 2000 – ele decidiu não concorrer à reeleição este ano, surpreendendo quem consulta a lista com mais de 500 candidatos a uma cadeira na Câmara Municipal.
À coluna, Tigrão conta que estava assegurada para ele a posição de vice na chapa do ex-prefeito Neto, mas que, preferindo cuidar da saúde, optou por não concorrer.
“A vaga era minha, mas abri mão, ninguém puxou meu tapete”, antecipou-se ao ser perguntado sobre ficar fora do pleito. Garantiu ainda, que não apoiará nenhum candidato a vereador. “Só estou apoiando o Neto. Sequer vou votar para vereador”, disparou, com seu jeito franco de ser.
Em 2016, Tigrão renovou seu mandato com 2.111 votos, número que muitos dariam tudo para ter a fim de poder brigar por uma cadeira no Legislativo.
Fernando Pedrosa é editor do FOCO REGIONAL