Criminosos, não torcedores

15/02/2017 00:22

Não sou da Raça, da Urubuzada ou muito menos faço parte da Jovem Fla. Antes de tudo, sou torcedor do Clube de Regatas do Flamengo, uma das minhas maiores paixões depois da minha família. Em um belo dia você acorda, compra um par de ingressos e decide levar a sua mãe, namorada, filho ou quem quer que seja para prestigiar um jogo de futebol do clube que tanto ama, ao lado de quem também ama muito.

Chegando ao estádio, você é obrigado a aprender a correr igual ao jamaicano Usain Bolt, pois bandidos armados de paus e pedras estão promovendo o caos e a desordem em volta do estádio, se agarrando de forma selvagem, a menos de dois metros de você e sua família, praticando um “lindo”' ato amoroso.

Não foram torcedores que passaram atirando contra a torcida alvinegra, no domingo, no Nilton Santos. Foram criminosos. Marginais, que promovem atos semelhantes em diversos estádios do país, com a diferença, em muitos os casos, de não vir a público por não ser divulgado ou filmado.

A Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) e a Polícia Militar divulgaram uma nota justificando a falta de segurança na parte externa do Engenhão, alegando que muitos policias não puderam sair do quartel por conta da manifestação de seus familiares, que impediam a saída de viaturas. Com isso, segundo o comunicado, policiais de outros batalhões tiveram que se descolocar em cima da hora para realizar a segurança da partida, gerando atraso.

Quem paga com a falta de preparo do estado? Nós, torcedores, como sempre, que pensaremos duas vezes antes de levar nossos amigos e parentes para um estádio de futebol por conta da forte onda de violência e incompetência de um governo que não se preocupa com o bem estar de sua população.

É lamentável, mas se tratando do Brasil, país que adora aparecer pra gringo, o tumulto já era esperado.

Filipe Cury é jornalista. E-mail: filipecury93@gmail.com